E sinto o ondear suave e
majestoso desta imensidão a que chamamos mar…
Mar extenso… mar profundo…
Imponente e presente, envolvente
e assustador…
Tento sentir-me pequena
gota de água e fazer parte integrante dele.
Tento sentir-me onda,
espuma, corrente, ou simplesmente vibração estonteante do que ele é…
Fico sem referências ao
ousar tal façanha.
Mas a verdade é que ele
deixa e recebe-me de braços abertos nas entranhas do seu Ser.
E sinto-me… o que ele é…
Primeiro com receio… algo
tímida…
Depois corajosa… destemida
até…
Ele diz-me:
“Para seres parte de mim
não resistas….
Confia…
Entrega-te”…
E eu deixo-me Ser…
Sem contestações… sem
defesas inúteis e desnecessárias…
E viajo por toda a sua
existência…
Toco na areia da praia…
Na concha abandonada, que
se enrola numa onda macia…
Toco na alga húmida que se
enrola em mim carinhosa…
Mas toco também na areia do
fundo, escondida no seu coração, onde descubro segredos inconfessáveis…
Toco nos corpos dos seres
que o povoam e que são a sua companhia…
Sou vaga devoradora…
Sou gotinha que desliza num
raio de sol…
Sou engolida…
Sou devolvida…
Tudo está certo…
Quando me entrego inteira e
sou o que Sou em sintonia com o que ele é…
Sou o mar que Sou… numa
explosão de Amor…
Um xi-coração das
cores do arco-íris
Helena
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