NO MEIO É QUE ESTÁ A VIRTUDE
Hoje tive uma conversa com uma pessoa
amiga que me levou a meditar sobre o ditado popular: “NO MEIO É QUE ESTÁ A VIRTUDE”.
Transcrevo alguns pontos dessa conversa para me poderem seguir:
(….)
EU:
Que esperavas? Eu sou assim
PESSOA:
És e não és...
(….)
EU:
Isso é uma grande responsabilidade
PESSOA:
não... e sim! É o resultado da coerência.
EU:
E diz-me. Tu hoje estás dual ou complementar quando te referes sempre aos dois
opostos?
PESSOA:
Eu estou pelos meios e não pelos extremos.
EU:
Não te esqueças que só quando chegas a um extremo, consegues depois ir para o
outro. Já lá vai o tempo em que se dizia que <NO MEIO ESTÁ A VIRTUDE>. Isto
talvez se aplique em determinadas coisas, mas não na vida e na postura perante
ela.
(….)
E quando cheguei a esta parte da conversa, parei…
E escutei-me…
Estaria eu a dizer algo acertado?
E meditei sobre tão famoso provérbio.
A verdade é que considerando o ritmo natural da vida e de
tudo o que existe, baseado no ciclo Yin/Yang, estamos sempre a alternar entre
um extremo e outro. Só quando chegamos a um deles conseguimos atravessar para o
oposto.
Claro que podiamos pensar que quando estão os dois em equilibrio
(o tal meio) seria o ideal. Mas se não estamos estagnados, pois a Vida é
constante mudança, então como está a virtude no meio? É bom mudar, certo? É bom
morrer e renascer vezes sem conta. Verdade?
O tempo que permanecemos no meio é tão pouco que acaba por
não ser nenhuma virtude.
Por outro lado, se “o que está em cima é igual ao que está em
baixo” e “o que está fora é igual ao que está dentro”, então como é que há um
meio?
E enquanto entregue a estas questões,
veio a resposta:
“Tudo acontece tal e qual como dizes, mas para que tudo funcione
em complementaridade é necessário que estejas centrada em ti, no teu coração,
para que tudo o que ocorra em ti e à tua volta seja pura aprendizagem e não
ansiedade, dor, tristeza….
A virtude não é mais do
que o teu coração, e o meio é o teu centramento.”
E assim fez sentido. E posso continuar a dizer que NO MEIO É QUE ESTÁ A VIRTUDE porque entendi a abrangência, a complementaridade, a
unicidade de tais palavras que transcendem todo o peso e conotação que o ser
humano ao longo de gerações tem colocado neste ditado.
Ou talvez tenha sido eu, que só agora entendi….
Um xi-coração das cores do arco-íris
Helena